arquivo pessoal
A alma se aquieta para estar consigo mesma. Na verdade, é todo o Cosmo que se aquieta para estar conosco. Escutar nosso barulho invisível, incompreendido. O corpo dança no ritmo do silêncio. Toda sensação vinda do silêncio produz som, música. Não se resiste quando o Mistério nos ganha. E nem queira explicar, pois amor é entrega. Dar-se ao que nos conquista. Todo espaço sagrado é convite ao amor. Permitir que o Silêncio nos baile, nos leve os passos.
Um minuto é eternidade na alma que se confunde com o sagrado. Toda cruz vira ressurreição. E o mais escondido de escuridão que possa existir nas profundezas da alma se torna luz. A vida é transcendência. Supera qualquer imagem de que a vida só é isso, amontoado de circunstâncias e sobrevivência. Ou um pouquinho de sorte. A vida é este suspiro ante o que vai além de nossa realidade material. Suspiro de encanto, de beleza, de entrega, amor. Experiência de ter os lábios perfumados e doces do amado passeando os contornos da alma.
Quando a alma se aquieta, a luz desperta. As pedras que rolam desesperadas querendo nos esmagar perdem a força e se transformam em flores. O desespero dá espaço à esperança. A vida ganha o sentido que queremos dá; pois onde a luz desperta, o milagre é certo. A poeira vira brisa; a dor, oportunidade de descobrir o que está além. Tudo isso com o mais simples, sublime e encantador gesto de aquietar a alma ante o espaço sagrado.
Oliveira Sousa
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